"(...) Cruza as mãos sobre o joelho, ó companheira que eu não tenho nem quero ter.
Cruza as mãos sobre o joelho e olha-me em silêncio
A esta hora em que eu não posso ver que tu me olhas,
Olha-me em silêncio e em segredo e pergunta a ti própria
- Tu que me conheces - quem eu sou ..."
--- Álvaro de Campos
Sempre acreditei - ainda que inconscientemente, a princípio - em idéias, situações e sentimentos que não poderiam ser adequadamente descritos apenas com palavras. Uma crença desconcertante, fundamentada em vícios de tempos que hoje me parecem nebulosos demais para serem compreendidos adequadamente. Vícios de tempos remotos não saem com água e sabão. Quando acaba o período do aprendizado, você se torna aquilo que fez com o que o mundo te deu, bom ou mau, feio ou bonito. E eu me tornei um introspectivo.
Eu sou um homem fechado
O mundo me tornou egoísta e mau
E minha poesia é um vício triste,
Desesperado e Solitário
Que eu faço tudo por abafar... (...)
--- Mário Quintana (Canção do Amor Imprevisto)
A introspecção parece ser um tipo de deformação de caráter abominada pela grande maioria das pessoas. Cresci sob o julgamento constante e infalível dos que não admitem as sombras, o silêncio e - por que não? - a tristeza como bússolas da estética. Para a grande maioria das pessoas, dizer "beleza triste" simplesmente não faz qualquer sentido.
"Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza. (...)"
- Mário Quintana (A Cor do Invisível)
Não vou usar máscaras aqui ou, se o fizer, serão máscaras parecidas com o meu rosto. Não sou uma pessoa essencialmente alegre (embora sorria com relativa facilidade). Por algum motivo, não consigo confiar nas pessoas que estão sempre felizes, esse tipo me assusta. Elas são perigosas, elas estão escondendo alguma coisa, elas não se revelam como realmente são.
Já me disseram que todo poeta tem seus símbolos, com os quais ele tece vínculos e através dos quais interpreta o mundo. Eu não sou poeta, mas tenho os meus símbolos. Eles virão à tona, eventualmente.
Péssima postagem inaugural. Mas que se dane.
- A.
And if I show you my dark side
Will you still hold me tonight?
And if I open my heart to you
And show you my weak side
What would you do?
--- Roger Waters (The Final Cut)
Eu sou um homem fechado
O mundo me tornou egoísta e mau
E minha poesia é um vício triste,
Desesperado e Solitário
Que eu faço tudo por abafar... (...)
--- Mário Quintana (Canção do Amor Imprevisto)
A introspecção parece ser um tipo de deformação de caráter abominada pela grande maioria das pessoas. Cresci sob o julgamento constante e infalível dos que não admitem as sombras, o silêncio e - por que não? - a tristeza como bússolas da estética. Para a grande maioria das pessoas, dizer "beleza triste" simplesmente não faz qualquer sentido.
"Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza. (...)"
- Mário Quintana (A Cor do Invisível)
Não vou usar máscaras aqui ou, se o fizer, serão máscaras parecidas com o meu rosto. Não sou uma pessoa essencialmente alegre (embora sorria com relativa facilidade). Por algum motivo, não consigo confiar nas pessoas que estão sempre felizes, esse tipo me assusta. Elas são perigosas, elas estão escondendo alguma coisa, elas não se revelam como realmente são.
Já me disseram que todo poeta tem seus símbolos, com os quais ele tece vínculos e através dos quais interpreta o mundo. Eu não sou poeta, mas tenho os meus símbolos. Eles virão à tona, eventualmente.
Péssima postagem inaugural. Mas que se dane.
- A.
And if I show you my dark side
Will you still hold me tonight?
And if I open my heart to you
And show you my weak side
What would you do?
--- Roger Waters (The Final Cut)